quarta-feira, 28 de março de 2007

Segue abaixo o ótimo texto de Isaque de Borba Corrês Escritor, natural de Balneário Camboriú autor de mais de uma dezena de livros em diversas ciências. Membro da Academia Desterrense de Letras em Florianópolis e de Balneário Camboriú.

Filosofia turística Papa-siri

Quando era rapaz piqueno aqui na nossa Praia de Camboriú, na década de 60 foi quando explodiu o turismo no mundo inteiro.Essa pequena aldeia de pescadores, mocorongos e outros bichos, não sabíamos o que fazer com os turistas que vinham pra cá. Geralmente eram alemães do Vale do Itajaí. Pra começar a gente não sabia o que era turismo. Mas o que seria isso? Essa era a nossa grande curiosidade. Um dia eu e os meus primos, vimos isso escrito num ônibus. Era um mercedinho daqueles bicudinhos. O bichinho era feio pá daná e no itinerário estava lá escrito: TURISMO. Meu irmão me alertou para não entrar dentro dele porque tinha catinga de banha de porco. Ele me garantiu que aquele ônibus vendia torresmo. - Mas é turismo sos buuurro! Enchi a boa e falei com toda a segurança de quem já lia melhor que eles, apesar de ser o mais moço. - É porque tá escrito em alemão, burroooo! Retrucou o Dadinho, me devolvendo o adjetivo. - Eu acho que ali tá escrito o nome da cidade pra onde eles vão. Não é assim que tá escrito na Praiana, seus burro. Repliquei. Burro era o adjetivo mais usado entre nós. Hoje vejo que com muita propriedade. -Comé que eu nuca vi falá dessa cidade? A Dona Juana nem nunca insinô isso pra nós. Treplicou o Dadinho. Citou de cor e salteado todas as cidades do Estado e não encontrou a cidade de “Turismo”. - Florianópis, Bromenau, Joinvíli, Tijuca, Tijuquinha, Tijipió, Gancho, Timbé, Itajaí, Ilhota, Gaspá e Brusqui, - Tás vendo, de Florianópis a Joinvíli não tem essa cidade. De fato não encontrou nesse seu mapa mixuruca a cidade de Turismo e eu baixei as orelhas mediante tão convincente conhecimento geográfico e minha ignorância perdurou um pouquinho mais tempoQuando inaugurou o Hotel Marambaia, passou uma fumbica com uma corneta em cima, anunciando a inauguração do hotel mais bonito, mais luxuoso do sul do Brasil, dizendo que anexo tinha um restaurante de categoria internacional. - Servimos todo os tipos de carnes – Dizia o anunciante – Inclusive à la carte. O nego Janga, frugulhou com os nó do cutuvelo nas fatiota do meu pai e dizia: - Ólho, lhó, lhó imão Gemano, olha, olha; visse, visse? Vocês oiviram rapazi! – Esticou os beiço, mandou uma cuspida no chão e com cara de nojo dizia: Hummmmm... Hummmmm... Credo... um restorante rico que nem esse, servindo “carne de lagarti”. Credo qui nojo. Eu que não como numa polcaria dessa! E mandou mais uma cuspidela no chão. Por conta disso, por muito tempo pensei que “á la carte” fosse mesmo carne de lagarto em alemão, até porque depois disso, eu reparei que estava escrito em diversos restaurantes. Afinal de contas o alemão era a segunda língua desse povo miserável que não entendia nada dela. A rapaziada pequena do Canto da Praia de Camboriú, vendia de tudo pros alemão. A gente chegava na frente da casa, chamava tudo que era palavrão feio pra eles, que eles vinham atender sorrindo. Ohhh velha puta, o gustoza, cuzuda, boazuda, feiosa, tesuda, conforme o caso, se moça ou velha. Corno, galhudo, chifrudo, istepô, viado, iscumungado, demonho pros homens. Eles ouviam aquela barulheira de rapaz pequeno e vinham atender. A gente mostrava o produto, fazia o preço nos dedos e tudo bem: o dinheiro vinha certinho. Um alemão daqueles, depois de fazer o pagamento maior que o pedido, bateu nas costas do meu irmão Dadinho e disse uma coisa parecida com “alles cut”. O Demico meu primo disse: Ohh Dadinho, acho que ele te mandou tu tomá no cu. -Dexa Demico, amanhã memo nós vamo chamá eles de filha da puta pa riba. Um dia vou contar como a gente se virava pra falar com os primeiros gringos argentinos que apareceram por aqui na década de 80.

Farmacologia Papa-siri

Quando eu era rapaz piqueno lá na Praia desse Camboriú, nem existia médico. Nosso médico era o Olávio da Farmácia. Seu Olávio tinha um “botica” na Avenida Central que funcionava até como pronto-socorro. Era a Farmácia Central. Para remédio, o povo fazia uso da naturoterapia. No Canto da Praia, a Dona Piquena, seu Zé Ventura, o Mané Germano, meu avô, receitavam suas mezinhas, faziam seus benzimentos e mandingas.Pra “rapaz piqueno” que mijava na cama, ainda não existia esses remedinhos de nomes chiques: “Enurinil, Enurinex”. A gente mijava em cima de um tijolo quente. Pra rapaz era fácil: bastava apontar a pistola perto do tijolo, mijava e pronto. Só tinha que tomar cuidado pra não pelar a ponta do pinguéli ou a pélha do saco. Pra menina a coisa era mais feia. Certa vez minha mãe, Dona Almira, adotou uma menina que já tinha pra mais de quinze anos e não parava de mijar na cama. Minha mãe andava desesperada. Já tinha feito todas as simpatias conhecidas, como esfregar a calcinha mijada no nariz, socar crista de galo assada na chapa do fogão pela boca abaixo, nada, nada estava adiantando. Seu Zé Ventura, empregado do meu pai na rede foi lá em casa numa sexta-feira receber o quinhão semanal da pesca e ela reclamou pra ele. O velho curandeiro fez ela lembrar do tijolo em brasa. O Zé Ventura sempre dizia “ponam, ponam” antes de formar uma frase. O povo do Canto ainda lembra disso.- Ponam, ponam, Inhá Mira, purque vossuncê não bota a minina uriná no tijolo quente?- É memo Gimano – disse ela pro marido - Mi bota um tijolinho pra esquentá.Minha mãe aproveitou uma fornada de pão pra esquentar o tijolo.Meu pai muito exagerado, já foi logo botando um tijolo de 6 furos, ansioso pra vê se miserávi parava de vez com a mijadeira, que ele não aturava mais o pichume de siri cozido que empestiava a casa, provindo dos colchões da pobre menina, que ele chamava a de “pomba-froxa.” Quanto o tijolo estava vermelho que nem brasa. O pai e a mãe grudunharam a bichinha pelo braço, aprumaram bem a marrequinha dela em frente ao tijolo e o velho Germano no alto de sua grossura sentenciou:- Tira as carça e mija ai em cima desse tijolo!A guria toda constrangida, foi tirando a calcinha, mirou a chimbiquinha bem em cima do tijolo e quando despejou o jato em cima daquele braseiro disfarçado de tijolo, foi como se lançasse gasolina no fogo.Levantou uma cortina de fumaça quente e fedorenta. Um cheiro de enxofre queimado com uréia derretida, fazia exalar uma murrinha de cação seco, um sargaço de arraia mijada, que não havia cavalo que aturasse. O pior é que a fumaça quente pelou as berbela da coitada que se estrabuchava pra lá e pra cá em cima do tijolo. Resultou que repelaram a xexequinha da coitada todinha!Desesperada a guria saiu abanando o vestido e gritando: aiaiai! aiaiai!aiaiai!.Quando eu fui ver, ainda restavam uns cabelinhos esturrucados que caíram da pepeka dela e que ainda fumegavam sobre o tijolo quente. Enquanto a Cilene se estrabuchava, o Gimano e a Mira grudunhavam ela, puxa daqui, puxa dali, num embate desesperador para que ela não mijasse fora da pichorra. O resultado deu no que deu. Mas o antigo povo solidário do Canto da Praia se postou nos auxílios dos primeiros socorros. A Marli atirou um balde de água fria, a Margarida esfregava uma barra de gelo, a Naide lambuzava a chimbica com pasta de dente, a Tia Doca apareceu com aguidali de salamora de vinagre; o Gonga vinha espremendo limão numa cuia, a Dona Avilina trouxe óleo de linhaça e minha pobre mão cheia de remorso, ajoelhou-se na frente da “coisa” assoprando baforadas de mau hálito e chuviscos de cuspe e ainda abanava com a palma da mão. Assoprava e abanava. Assoprava e abanava até que refrigeraram mais ou menos a chileka da menina. Depois disso, com a berbela toda esfolada, tiveram que levar a coitada na casa do Zé Ventura com as pernas desguerradas, toda esgaçada, para evitar a fricção entre os lábios da pichireva, para o curandeiro receitar um linimento mais eficiente pra perereca esfolada. Eu aumento, mas não invento e juro que foi verdade. A Cilene eu vi, mas muita marmajona metida à boa lá da Praia, andou pelando a pomba em cima de tijolo quente que eu sei. Infelizmente, só não posso dar nome, como sempre faço, às donas das pombinhas sapecadas.

Langerri Papa-Siri

Quando eu era rapaz piqueno aqui nesse Canto da Praia de Camboriú, a coisa mais difícil que tinha para um rapaz era arrumar uma menina pra treinar e se iniciar na atividade sexual. Geralmente a rapaziada iniciava na vida sexual com galinhas, porcas, bezerras e até vaquinhas. Talvez já na próxima edição eu já entrego os safados que se davam ao disfruto com esses bichinhos aqui na nossa Praia de Camboriú. Se o rapaz ingatasse uma menina, podia contar que era um canhão. Tipo uma que meu irmão arrumou certa vez. Isso porque o bicho tinha fama de cumilhão. Cantou uma jabiraca feia pa burro, levou a bisca para uma capoeira que tinha ali num barranco do Morro do Urubu no Canto da Praia, onde é hoje a Rua Miguel Matte, com a descarada intenção de só dar-lhe uns “amassos”. Botou-se atrás d’uma malha de catinguento, coberta por uma vasta cortina de raspa-língua, o bambambã começou seu idílio. Esfrega daqui e dali, rala e rola, coisa e loisa. Deu! Colocou a bamba de joelhos e no que ele levantou o vestido dela, deparou-se com uma 'ceroula' tamanho de uma bermuda que vinha desde as tramelas dos joelhos, até na rosca do imbigo. E ainda por cima, estava amarrada na boca do estômago com uma imbira de mãe-d’imbé. Quando levantou a saia, reparou que bem no frontal da sua modesta calcinha, naquele tempo chamada de calção, nome bem mais apropriado, tava carimbada a griffe: “SAL MOSSORÓ” Não deu outro bicho, ao ler a carimbada na bunda o “coisa” dele broxou na horinha. Diz ele que alembrou-se dos cuecões que o nosso pai, cujo pano era o mesmo: as sacas de sal Mossoró, o pano mais usado para fazer roupas íntimas. Roupa íntima poder-se-ia fazer de qualquer coisa, pois ninguém haveria de botar reparo. Afinal, roupa íntima não é uma coisa íntima? Então, não era pra ficar amostrando pro outros. “ O negóço foi incará a bunda sargada memo que é até milhó que insonsa’. Justificou. Por fim gostou tanto da bunda sargadinha que depois de um tempo andaram reincidindo. Sei que andaram reincidindo porque ele me afirmou que o cardápio variava. Depois de tomar coragem em outras investidas, notou que o guarda-roupa de sua ninfeta era muito variado. Cada dia ela se apresentava com um 'lingerie' diferente. Tinha ainda as grifes do “TRIGO SANTISTA” do “AÇÚCAR DIANA” e até “CAFÉ DO BRASIL”. A do Café do Brasil era terrível, alega ele: - Aquilo paricia uma lixa. Criava até um sarpisco nas pélha da gente. Garantia. O chique, o “top de linha” das guria do tempo dele era usar uma lingerie da grife Açúcar Diana, que era só coisa de menina rica, explicava. Afinal de contas, isto faz sentido, até porque a maioria das meninas pobres os pais não tinham condições de comprar uma saca de açúcar. Pobre não usava açúcar, espremia ‘cardo’ de cana no café. Ainda bem que naquele tempo o nosso querido Secretário de Saúde Brabo Cherem, ainda nem sonhava com o cargo, senão iria mandar interditar todas as casas de pobres, por causa do barbeiro na garapa que ia adoçar o café deles. Mas foi por causa dessa grife que se originou a expressão “menina do cu-doce”. Credo! Ainda bem que o ‘coisa’ meu é diabético. Isso faz o maior sentido, porque só as patricinhas, filhas de rico, que podiam usar calcinhas de saca de açúcar. As ditas calçolas, depois calções, hoje calcinhas, era coisa de menina chique, porque a maioria não usava calcinha coisa nenhuma. Existia uma idade limite para esta peça fundamental na sensualidade da indumentária ocidental. Segundo contava a minha mãe, menina só começava a usar calcinha quando aparecia a fenômeno da menarquia que assistia as meninas pela 1ª vez. Daí as mães se viam obrigadas a criar um dispositivo pra resolver o problema da pingadeira. - Inté ali as minina andavam tudo sem carça! Recordava ela. E o tal do absorvente higiênico, era menos higiênicos do que se pensa. Naquele tempo, minhas queridas gatinhas, não existia MODESS não, se usava o tal do “paninho”, que era mais ou menos parecida com essas estopas que os frentistas de posto de gasolina usam pra limpar as mãos. Pior ainda, não era descartável. Era de uso renovável. Convenhamos, essa forma renovável de usar o absorvente é uma forma ecologicamente correta. Que Deus nos livre disso!!!

Na pressão da panela

Vou contar uma coisinha que aconteceu quando eu era rapaz piqueno lá na Praia de Camboriú. Meu pai deu um lance de tainha tão grande que tirou a gente da extrema pobreza, para uma vida de pobre mais ajeitado. O velho encheu os borso das carça de dinheiro e se mandou para Blumenau fazer compras: Lá esteporou a metade do dinheiro. Comprou uma geladeira Prosdócimo, uma máquina de costura Robot, um ventilador G.E que tenho até hoje, um tager e uma cristaleira. Na volta parou na estação do trem na Fazendinha, ficou em Itajaí deu uma bispada nas lojas PIMPA e não “registiu” a pressão da minha mãe pra comprar um fogão de bujão a gás. Tratava-se de um “Alfa Tradicional”, azul e branco, de quatro bocas, cuja nota fiscal tenho até hoje. Ainda arrematou um faqueiro, um paneleiro da Panex. A minha irmã mais velha, ainda hoje é a mais metida, foi logo instalando as novidades. Veio toda a vizinhança, para ver um fogão que diziam que pegava fogo sozinho, sem auxílio de lenha. Ninguém acreditava nisso. Na hora de acender o fogão, o medo tomou conta de todo mundo. E se aquela bomba explodisse? Foi aí que os dois mais metidos, tiveram uma extraordinária idéia: um abriria o botão conforme as instruções que a minha mãe obteve do vendedor e outro com uma tocha de fogo, na ponta de um bambu, pelo lado de fora da casa, iriam acender o fogão. Se acaso explodisse, eles estariam a salvo na rua, apenas queimaria a casa. Ah!!! Cada idéia...!!! A Santa, minha irmã mais velha, virou o botão do fogão e disparou pra rua e gritou pro outro: “Isprementa botá o fogo!”. E o fogo pegou. - Uma merdinha de fogo, agó ! !!- Ora! Ora!, um foguinho de nada.... não sei para que tanta bobiça, tanta bobajada pra acendê um foguinho de merda desse!!! Partiram então, para a segunda aventura: ligar a panela de pressão. Encheram a bichinha de água com uns quatro bagos de feijão dentro, um nisco de carne seca, dois dedos de taiá, uma nesga de fato, um pedaço de toicinho, uma lasca de tainha escalada e pronto, tava feita a lavagem pra eles comerem. Tacaram fogo na panela e ficaram todos ao redor dela, esperando o que aconteceria. Após alguns minutos, como nada acontecia, começaram a falar mal da pobre da panela de pressão. - Visse? Visse? - Não aconteceu merda nenhuma, visse? E o fogo continuava suave e galopante e alguns curiosos já tinham até ido embora porque a bicha não apresentava novidade nenhuma. Finalmente a porcaria começou a dar sinal de vida e foi se mexendo, se mexendo, se mexendo... Nem bem o bicho havia tomado embalo, já estavam todos na rua, acusando-se mutuamente de serem uns metidos, abelhudos, enquanto o bicho cada vez mais embalado, fazia, tchik, tchik, tchik, tchcik . O medo começou a tomar conta de todo mundo, sem que ninguém soubesse o que fazer para aquele bicho parar. O pingo de inteligência que restou na memória daqueles miseráveis, iluminou uma idéia: bastava apagar o fogo. O Maneca, meu irmão, sujeito inteligente pra burro, resolveu usar do mesmo recurso que usou para acender o fogão. Arreganhou a ponta do bambu em 4 ou 6 pedaços, fez um dispositivo e desligou o fogão pelo lado de fora da casa. Mesmo assim, o diabo da panela não parava de se mexer, pois a fervura ainda a mantinha fungando. Mas, uma coragenzinha daqui, outra dali, a panela parece deu sinal de que poderia se acalmar, conforme ia esfriando e aos poucos o povaréu curioso foi se aprochegando e ficaram tudo amontoado em derredó da panela Mas aí, entra o espírito abilhudo da minha irmã de novo: - Isso não é nada - Vou acabar com isso, já !!! E enfiou um garfo debaixo daquele pinguelete que se mexia e aí foi um Deus-nos-acuda.... Oh puta la merda ! Quando ela meteu o garfo debaixo do pinguelete, que a panela começou a guspir caldo de feijão pelo bico, não ficou um abilhudo dentro daquela casa. O desespero tomou conta, o pânico era absoluto. Eu era neném e estava dentro de uma caixa de Sabão Joinville. Todo mundo me atropelou, me derrubaram da escada abaixo que até hoje não me aprumei mais. Minha mão dizia que eu era a coisa mais bonitinha do mundo: fofinho, parrudo, gordinho e manteúdo. Dei cus coco da cabeça na pedra da calçada, peguei um intanguimento, fiquei impongado, amarelo, bafu, nanico e fiquei do jeito que tô. A confusão foi até que alguém teve a idéia pegar o pote em cima da vaza e despejar a água em cima da panela e a coisa se acalmou. Só sei dizer que, lá pelas duas ou três horas da tarde o feijão tava duro que nem pau, esturrucado, seco e naquele dia ninguém almoçou. No outro dia, cedo, o pai já estava na beira da estrada geral, esperando o ônibus da Auto Viação Campos, com a panela debaixo dos braços para ir a Itajaí devolver aquela encrenca que ia matando os póbri dos filhos dele. Pior quando acabou o gás, não tinha botijão em lugar nenhum pra vender, tinha que ir a Blumenau comprar um. - Nunca cumprei uma purcaria que me desse tanto trabalho – reclamava o velho Germano. - E o pior é que ele já tinha derrubado o fogão a lenha. Teve que ir lá na Vila de Camboriú buscar o Mané Venanço que sabia fazer fogão como ninguém, para construir um novo velho e bom “fogão de lenha”. Pelo menos os graveto para queimar ele não tinha que ir comprar em Blumenau. Mato era a coisa que mais tinha nessa Praia de Camboriú. - Isso sim que é coisa boa! Essas purcaria muderna só servi para incomodá. Setenciou o Velho Mané Germano Corrêa.